Conheça a simpática Óbidos pelo olhar de nossa colaboradora Marianela Costa Figueiredo. Uma vila portuguesa do distrito de Leiria no Oeste de Portugal. Viaje conosco e divirta-se com nossas histórias e dicas!
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Óbidos e o Mercado Medieval, princesa do meu Olimpo!
“Quando viajo”
Marianela Costa Figueiredo
Viajar, divagar, arrepiar, passar a limpo...
Refletir, sacudir memórias do Olimpo!
Viajar, admirar, vislumbrar...
Viver, absorver, conviver em orações...
Ricas, radicais, recorrentes recordações!
Impossível não passar por Óbidos,
cenário medieval, uma vila portuguesa do distrito de Leiria, sub-região
do Oeste, região Centro, com cerca de 2 200 habitantes. Faz parte da
Região de Turismo do Oeste.( Wikipédia). Neste mês, de 22 de setembro a
2 de outubro de 2016, haverá um evento majestoso, o FOLIO (acesse https://folio2016.sched.org/)
com “Comboio Literário” começando todos os dias na Estação do Rossio em
Lisboa, e arranca rumo a Óbidos num comboio repleto de animação a
bordo.Com partidas diárias às 10h25 e 17h55, as viagens prometem ser
também, por si só, uma extensão do programa do FOLIO. Há poemas e
livros a bordo, protagonistas do FOLIO entre os passageiros e já em
pleno ambiente do festival que se completa na Vila Literária de Óbidos,
de 22 de setembro a 2 de outubro. O regresso a Lisboa, a partir da
estação de Óbidos, é também diário às 15h17 e às 00h35. Os bilhetes
custam 9,5 euros ida e volta ou 5 euros para uma só viagem e dão
direito a 50% de desconto na compra de bilhetes para o FOLIO, à venda
na BOL (Bilheteira online).
Um pouco de história, antes de entrar em Óbidos que situa-se bem perto
da rota da Batalha de Aljubarrota. Vislumbramos as lutas e
consequências dessa batalha. “Para a Europa, a Batalha de Aljubarrota
constituiu uma das batalhas mais importantes ocorridas em toda a época
medieval. Para Portugal, essa peleja, ocorrida no planalto de S. Jorge
no dia 14 de Agosto de 1385, constituiu um dos acontecimentos mais
decisivos da sua História. Sem ela, o pequeno reino português teria,
muito provavelmente, sido absorvido para sempre pelo seu poderoso
vizinho castelhano. (...)”
“A Batalha de Aljubarrota proporcionou
definitivamente a consolidação da identidade nacional, que até então se
encontrava apenas em formação, e permitiu às gerações futuras
portuguesas a possibilidade de se afirmarem como nação livre e
independente.”
Assim, entendo que, não fora a Batalha
de Aljubarrota, não teríamos como apreciar nossas vilas
portuguesas, como Óbidos, princesa encarcerada em castelo. Olho para
esse imponente monumento histórico, dentro do qual se situa o admirável
passado histórico de Óbidos, imaginando os sussurros de segredos,
conflitos e amores dos seus moradores.
Chegamos, eu e outros, numa rota
apressada, já quase no fim de férias. Um grande estacionamento se
depara, com 4.000 vagas, anunciando que os carros ficam fora do castelo
e nossos passos se darão nas calçadas medievais dentro do castelo. As
memórias de um passado de quarenta anos voltaram à minha mente, desde a
última visita, trazendo ao presente o encantamento de uma cidade,
anosa, mas ainda jovem, mostrando que a vida se renova, e, no caminho
do turismo, fazendo-nos reviver ambientes que já não conhecemos.
Acolhedora em suas muralhas medievais, Óbidos se configura como uma das
vilas mais românticas que já conheci, principalmente, se temos a sorte
de chegar à vila em dia de mercado, tipicamente medieval.
Em Julho de 2002, foi criado o Mercado Medieval de Óbidos cujas raízes
mais recentes remontam a uma celebração de 1940, tendo se tornado um
dos mais afamados eventos de recriação histórica do país.
Ao entrar no castelo, vemos em um
pequeno túnel, que entre a pedra e o azulejo, se desenha o cenário da
época. Existem pontos de restauração no interior do recinto e também
diversos restaurantes e tabernas na zona de Óbidos. Além disso,
pequenas tendas e barraquinhas se espalham vendendo, por exemplo,
pequenas coroas de flores, com garotas vestidas de camponesas
medievais, com esses adornos enfeitando suas cabeças, lembrando a
primavera.
Entre outras situações turísticas, a Arruada na Escadaria de Santiago
com Gadilus
Medieval, espetáculos de palco e de fogo, e, ainda, jovens
são convidados a assistir e participar no TREINO DE ESCUDEIROS, onde
poderão observar e manusear armas medievais, bem como experimentar os
movimentos da esgrima medieval, através do treino na arte de guerrear.
Dos séculos X ao XV, os cavaleiros aprendiam a ler e escrever, a se
comportar social e religiosamente, a cavalgar e a batalhar, mas só aos
21 anos estavam preparados para a vida de privilégios e
responsabilidades que lhes eram atribuídos no contexto medieval.
Louvavam a Deus, superior ao próprio senhor feudal, protegiam o
companheiro de guerra, donzelas, crianças e pobres.
Conforme página do facebook, no ano
2016, foi feito um apelo às associações, para que as tabernas e as suas
gentes fossem ao encontro do tema - Os Medos na Idade Média, partindo
do notável trabalho desenvolvido pelo historiador medievalista, George
Duby, no mítico livro para os especialistas da área, “O Ano 1000”.
Estando o evento dividido por zonas, as tabernas souberam restringir-se
ao ambiente onde estavam localizadas, conseguindo decorar os espaços
com adereços simbólicos e investindo em trajes. Ex: Terreiro de
Armas_Medo da Violência, Medo da Morte: lanças, espadas,
escudos_Drakar, Taberna Real; Fosso do Breu_Medo da Miséria, Medo da
Doença: Pelourinho, caveiras, caldeirões, foices, roupas escuras;
máscaras dos médicos da peste_Taberna Fonte Santa, Vigiles Oppidum, e
outras. Além das tabernas, tipicamente medievais, subindo as ruelas,
nos deparamos com uma livraria, compostas de prateleiras, caixotes de
madeiras empilhados, contendo livros novos e antigos, recriando, assim,
um cenário atual de reciclagem.
Circulamos, como reis, rainhas, príncipes e princesas, camponesas e
camponeses e tão só cavaleiros (e não cavaleiras ), na magia de reviver
ambientes de eras remotas, preservados pela alegria e consciência de
homens e mulheres cientes da importância de um passado na construção de
nossas identidades, permitindo uma consciencialização mais profunda e
alargada da população, não só do concelho, relativamente à sua história
e patrimônio, mas também de todos aqueles que são descendentes dessas
tradições!
Este texto foi uma colaboração da Professora Marianela Costa Figueiredo:
Marianela Costa Figueiredo, casada com brasileiro, natural de duas pátrias - Portugal e Brasil, mãe de duas filhas, avó de um casal de netos, ex-professora e,
atualmente, coordenadora de Pós Graduação do Unibh (Centro Universitário de Belo Horizonte - MG - Brasil). Graduação em Pedagogia, Licenciatura em História, especialização em Dificuldades de Aprendizagem e Orientação Educacional. Mestrado em Tecnologia pelo
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Atualmente é coordenadora do curso de Psicopedagogia Institucional e Clínica da Pós-Graduação do Centro Universitário de Belo Horizonte.
Experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino-Aprendizagem, atuando, principalmente, nos seguintes temas: Ensino e Pesquisa, Tecnologias da Comunicação e Informação (TIC), Currículo,
Didáticas, Inclusão Social, Aprendizagem, Interdisciplinaridade, Formação de Professores e Psicopedagogia, com páginas no facebook. Tem pesquisas e capítulos individuais ou co-autoria,
publicados em revistas e em livros nas áreas das Tecnologias da Comunicação e Informação (TIC) e Formação de Professores. 1. Formação docente: práticas, textos e contextos. Fundac, 2008. 2.
Pesquisa e Prática Pedagógica. Agir sim, com reflexão. Curitiba: Editora Fael, 2010. 3. Olhares plurais sobre o meio ambiente: uma proposta interdisciplinar (organizadora e autora). São Paulo:
Editora Ícone 2010. 4. Práxis Docente: o sujeito, as possibilidades e a educação. Curitiba: Editora Fael, 2011. 5. Escritos sobre educação: desafios e possibilidades para ensinar aprender com
tecnologias, São Paulo: Editora Paulus, 2013. 6. Formação de Docentes Interdisciplinares. Curitiba, Paraná: Editora CRV, 2013. Publicação de vários artigos, sendo em 2014: "A prática educativa
baseada em evidências: contribuições na formação de docentes interdisciplinares. Revista Interdisciplinaridade. (v.1, n5): PUC- SPaulo. revistas.pucsp.br. 2016:
"A Educação global" Estado de Minas, Seção Opinião, 5/07/2016. No prelo, participação em Dicionário de Tecnologias - UFScar.
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